Talvez o mais fantástico sobre essa inusitada invenção de Cus tenha sido a maneira como ele a idealizou.
Cus era um homem que estava sempre em busca de conhecimento, mas não conhecimento puramente teórico. Ele buscava aquele saber que imediatamente poderia ser colocado em prática. Aquilo que fosse extremamente útil e funcional.
E o mais interessante era que não importa em qual área de conhecimento que ele pesquisasse, ele conseguia ter uma visão de como aquilo poderia ser aplicado para melhorar a sua ciência do boxe.
Como assim?
A invenção da Willie bag é o exemplo mais notável disso. A inspiração para essa metodologia de treino veio da sua observação atenta sobre profissionais de outras áreas, que não tinham nenhuma relação com o boxe. Em especial, da perícia dos músicos talentosos em trocar seus instrumentos.
Cus observou que o mérito desses músicos vinha de uma incansável prática de repetição constante, horas a fio, ao ponto de conquistarem a habilidade de tocar seu instrumento automaticamente, sem precisar pensar no que seria feito.
Esse processo de aprendizado é chamado de competência inconsciente, e faz parte dos 4 estágios da competência.
Vamos entender um pouco melhor isso.
Estágio 01: Incompetência Inconsciente
“Não sabemos o que não sabemos”
Esse é o estágio onde ainda não se sabe a habilidade a ser aprendida ou não dá importância a ela. A ignorância total.
Para ir para o próximo estágio, deve-se reconhecer a sua incompetência e o principal, dar valor a nova habilidade a ser conquistada.
Estágio 02: Incompetência Consciente
“Sabemos o que não sabemos”.
É nesse estágio da competência que começamos a aprender de fato, é onde reconhecemos nossa incompetência em algo. E automaticamente começamos a dar um alto valor a nova habilidade que precisamos aprender.
Nesse estágio é onde já sabe o que não se consegue executar, porém, está disposto a aprender.
É esse estágio o mais difícil, é aqui que irá começar a praticar a nova habilidade e com certeza erros e falhas virão, gerando assim um sentimento de frustração. Além dos erros e falhas novas sub-habilidades irão aparecer e isso irá dificultar ainda mais.
É aqui que muitas pessoas desistem, justamente pelas dificuldades que estarão enfrentando. Nesse momento temos que entender que errar faz parte do processo de aprendizado e vai ser necessário para chegar ao próximo estágio da competência.
Estágio 03 – Competência Consciente
“Experimentamos e Praticamos a nova habilidade”
Esse é o momento onde já sabemos executar a nova habilidade, mas ainda de maneira mecânica e ainda dependendo de muita atenção para não errar.
Esse estágio é mais fácil que anterior, porém, ainda é necessário muita atenção e esforço na execução da nova habilidade. É comum, perceberem o esforço que está sendo realizado.
O desconforto para executar é bem menor e ainda pode ser divertido e motivador, uma vez, que os primeiros resultados já começam a aparecer.
Estágio 04 – Competência Inconsciente
“Fazemos sem perceber”
Você já ouviu com certeza a seguinte frase: “A prática leva a perfeição”, pois então essa é a fase. Nesse a nova habilidade já foi executada tantas vezes que agora ela é realizada com perfeição.
Em alguns casos o domínio em determinada habilidade é tanto que se começa a moldar ou adaptá-la melhor aos contextos que você está.
Inicialmente descrita como Os 4 Estágios do Aprendizado de qualquer nova Habilidade, a teoria foi desenvolvida nos anos 70 por Noel Burch, ou seja, 5 anos depois que Cus já colocava isso em prática
AS SESSÕES DE SPARRING